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ADENÓIDE
Eu cuspo quando falo
Eu falo quando durmo
Atiro quando brigo
Erro e não assumo.
Eu babo quando durmo
Acordo quando ouço
Um barulho no escuro
E durmo num segundo
Eu bebo quando saio
Vomito quando bebo
Levanto quando caio
Caio de novo e não percebo
Eu guardo e cultivo
Os rancores mais antigos
E despejo nos inimigos
Corpos frágeis como vidro
Eu tremo quando acordo
Eu quebro rotinas e copos
Eu acordo quando tremo
Vidas frágeis como corpos
Eu como o que cai no chão
Eu adoro dizer não
Eu gosto mais de mim
Do que dos meus irmãos
Eu cuspo no prato que como
Eu mordo e não assopro
Eu durmo e acordo com sono
Eu anulo o meu voto
Eu cuspo quando falo
Porque estou sempre certo
Eu quebro tudo o que é caro
E o meu destino reto
Eu me protejo e me calo
Porque tenho o corpo aberto.
A vingança vem a cavalo
Eu estou sempre certo.
4 comentários:
Demais, Furlan!
Porra, fazer letra em português é complicado demais! Eu tenho dificuldades em fazer isso.. Parece que com o inglês as palavras se encaixam quase mecanicamente.
Respondendo sobre a estação...
A Estação Porto fica no Armazém 5, da Codesa, no Centro de Vitória. É uma espaço administrado pela Secretaria de Cultura da capital. Tenho a informação que deve voltar a acontecer show por lá só no próximo semestre. Coisas da prefeitura... Mas o lugar, quando está ativo, é muito bom. Por ser gratuito, as pessoas vão.
E num é que a letra tá maneira, maluco ...
Acho lindo esse poema... Já li pra umas pessoas sem dizer que era seu. Super Augusto dos Anjos... Hehe!
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